Somente no Café das Artes, ou melhor, somente em todos os cafés de Floripa.

 Uma água, uma quiche, um chá gelado, um salada de kani com molho “swativa”, um prato executivo de arroz integral, salmão com molho de maracujá, salada de folhas e batata rôsti, outra água, um sprite zero, um café com bastante leite.. Ai... Acho que deu né? Depois de mil risadas e ataques a idéia do ser humano de ser civilizado, nos resta pedir a conta e andar pelo tranqüilo, porém movimento centro da ilha.


E assim, eu e Larissa, passamos momentos maravilhosos, pulando de café em café, rodando pelos mais variados sabores e estilos que instintivamente combinava com o nosso estado de espírito do dia. Um dia era o café das artes, um dos primeiros, onde o menu descrito assim é constantemente explorado em todas as visitas, exceto pelos dias em que a gripe pegava forte ou a fome, nesses dias o ataque era nas sopas e massas. Outro predileto é o café do lado. Do lado da onde? Foi à primeira pergunta que eu fiz, ops... Uai, café do lado de nada... Se o nome já deixa uma ambigüidade no ar, imagina quando um encontro é marcado e o desorientado, aqui, fica horas aguardando a chegada da Lari, no café das artes(foto), no outro ponto do centro, enfim, o importante deste café é o cantinho bem nos fundos, um ninho para os dias de frio, sofá extremamente confortável e no melhor ponto do café, onde tudo pode ser observado com a refinada discrição, nos deliciávamos com um chocolate quente cremoso e rico em sabor, wafles, tortas mousse de chocolate, cookies, bolo de cenoura com cobertura de chocolate, limonada suíça e do espaço que tínhamos para descansar, folhear revistas e até fazer artesanato, Claro que não posso deixar de reconhecer a confeitaria chuvisco, com a sua empadinha de bacalhau, trufas de chocolate, tortas e docinhos dignos de um bela xícara de chá. Ixi, se eu esquecer do Petit Café, enfrente ao Angeloni da Av. Rio Branco estarei cometendo um crime, até porque sair da mesa sem pagar e lembrar tempos depois do suposto calote na conta, só o pensante errante que vos escreve, claro que assim que a crise de perda de memória recente passou, eu voltei para pagar a conta, até porque um croissant acompanhado de uma bela xícara de chá não poderia deixar de ser consumido antes ou após as compras no supermercado.

Deixando o centro, vou para lagoa, desfrutar do clima mais alternativo que pode existir na região, onde culturas, estilos, temperaturas e pessoas se esbarram, encontramos deliciosos cafés, um que marcou foi o café Pablo Neruda, ali nas Rendeiras, de frente para a Lagoa da Conceição, o clima é de uma inebriante poesia, que dentre livros de Neruda pude degustar fora de casa o chocolate quente caseiro mais sensível que bebi até hoje. E continuando no clima da poesia, o Café do Poeta, agradabilíssimo e palco de uma das primeiras fotos conceituais que fiz da Larissa, pulando para o outro lado da pista e nos confortando entre assuntos e indagações filosóficas, eu, Fernando Machado e Cíntia, curtíamos uma brisa gelada e algumas xícaras de café e chás, dentre os assuntos o melhor, a razão do comportamento.

Para quem não pode beber muito café estou bem quanto à freqüência nos cafés. Mas se a idéia é sentar, comer breves quitutes, observar e comentar a respeito da última volta do mundo ao redor de si mesmo... Viva os cafés.